1 hora e 30 minutos
10 porções
Médio
0 kcal
Ingredientes
- 500g de feijão fradinho cru
- 2 cebolas grandes picadas
- Sal a gosto
- 500ml de azeite de dendê
- 500ml de óleo vegetal (para fritar)
- 150g de camarão seco
- 2 xícaras (chá) de vatapá pronto
- Pimenta-malagueta a gosto (opcional)
Modo de Preparo
- Bata ligeiramente o feijão fradinho cru no liquidificador (ou processador), apenas para quebrar os grãos, sem triturar demais .
- Coloque o feijão em um recipiente, cubra com água e deixe de molho por cerca de 8 a 12 horas para facilitar a retirada das cascas .
- Após esse período, retire as cascas que se desprenderam, lave bem em água corrente e escorra totalmente .
- No liquidificador, bata o feijão já descascado com as cebolas picadas e o sal até obter uma massa homogênea e aerada .
- Aqueça o azeite de dendê em uma frigideira funda ou tacho .
- Com o auxílio de duas colheres, modele pequenas porções da massa em formato de bolinho e frite-os no azeite quente até dourarem por completo .
- Retire os acarajés da frigideira e coloque-os sobre papel toalha para absorver o excesso de óleo .
- Corte os acarajés ao meio e recheie com vatapá, camarão seco e pimenta a gosto (opcional) .
Dicas do Chef
- Quanto mais tempo você bater a massa, mais leve e aerado será o seu acarajé .
- Utilize sempre azeite de dendê autêntico, que garante o sabor tradicional .
- O camarão seco pode ser hidratado em água morna para reduzir o sal .
A História e Origem do Acarajé
O acarajé, um dos símbolos mais emblemáticos da Bahia, possui uma história rica e fascinante que remonta à África Ocidental . Acredita-se que a receita tenha sido trazida para o Brasil por mulheres africanas escravizadas, que adaptaram seus conhecimentos culinários e ingredientes locais para criar este quitute único . No continente africano, o acarajé é conhecido por nomes como akara (Nigéria) e koose (Gana), e é um alimento de rua popular .
No Brasil colonial, as negras de ganho, escravas que trabalhavam nas ruas vendendo alimentos e outros produtos para seus senhores, foram as responsáveis por popularizar o acarajé . Elas preparavam os bolinhos e os vendiam em tabuleiros, equilibrando-os sobre suas cabeças enquanto cantavam para atrair clientes . Essa prática não apenas garantia o sustento dessas mulheres, mas também preservava suas tradições e identidade cultural .
Curiosidades e Tradições do Acarajé
O acarajé não é apenas um alimento saboroso, mas também um símbolo de religiosidade e resistência cultural . No candomblé, o acarajé é uma oferenda a Iansã, a orixá dos ventos e das tempestades . Acredita-se que o bolinho possui poderes de fortalecer o espírito e o corpo, e que comê-lo é um ato de devoção .
A preparação e venda do acarajé são cercadas de rituais e tradições . As baianas de acarajé, vestidas com seus trajes típicos, preparam os bolinhos com cuidado e respeito, seguindo receitas transmitidas de geração em geração . A forma como o acarajé é servido também é importante: ele pode ser “quente” (com muita pimenta) ou “frio” (com pouca pimenta), dependendo da preferência do cliente .
Dicas Adicionais de Expert
- Para um acarajé mais leve e saboroso, utilize feijão-fradinho de boa qualidade e deixe-o de molho por tempo suficiente para que as cascas se soltem facilmente .
- Na hora de fritar, utilize azeite de dendê autêntico e mantenha a temperatura do óleo constante para que os bolinhos fiquem dourados e crocantes por fora e macios por dentro .
- Experimente variar o recheio do acarajé, adicionando outros ingredientes como abará (uma versão cozida do acarajé), salada de tomate e cebola, ou outros acompanhamentos de sua preferência .
O acarajé é um prato versátil e cheio de história, que pode ser apreciado de diversas formas. Seja como um lanche rápido na rua, um prato principal em um restaurante, ou uma oferenda aos orixás, o acarajé é sempre uma experiência inesquecível .