2 horas
12 porções
Médio
0 kcal
Ingredientes
- 1 kg de feijão-fradinho
- 4 cebolas picadas
- Sal a gosto
- Azeite de dendê para fritar
- Azeite de dendê para refogar o recheio
- Camarão seco
- Vatapá
- Caruru
- Vinagrete
- Pimenta (opcional)
Modo de Preparo
- Coloque os feijões em um processador de alimentos e bata por alguns segundos para quebrar os grãos .
- Coloque os feijões num recipiente e cubra com água . Deixe de molho por no mínimo 12 horas .
- Após demolho, retire toda a casca do feijão .
- Bata o feijão no liquidificador junto com a cebola e o sal, até obter uma massa homogênea .
- Com uma colher, molde pequenas porções da massa e frite em azeite de dendê quente até dourarem .
- Seque os acarajés em papel absorvente.
- Corte os bolinhos ao meio e recheie com vatapá, caruru, camarão seco e vinagrete .
Dicas do Chef
- Para um acarajé mais leve, bata a massa na batedeira por alguns minutos para incorporar ar.
- Sirva com pimenta para quem aprecia um sabor mais picante .
- Aqueça o azeite de dendê em fogo médio para evitar que o acarajé queime por fora e fique cru por dentro .
A História e Origem do Acarajé
O acarajé, iguaria de forte identidade afro-brasileira, tem suas raízes fincadas no continente africano, mais precisamente na região do Golfo do Benim, onde hoje se encontram Nigéria, Benin, Togo e Camarões . Trazido ao Brasil durante o período da escravidão, o acarajé se adaptou e se reinventou, tornando-se um símbolo da resistência e da cultura afrodescendente .
A palavra ‘acarajé’ deriva do iorubá, língua falada pelos povos originários da região, e significa ‘comer bola de fogo’ (àkàrà = bola de fogo, jé = comer) . Essa denominação está ligada tanto à forma de preparo, com a fritura em azeite de dendê fervente, quanto ao seu significado religioso, como oferenda aos orixás, em especial Iansã .
No Brasil Colônia, as negras de ganho, escravas que vendiam alimentos nas ruas para seus senhores, foram as responsáveis por popularizar o acarajé, transformando-o em um importante meio de sustento e, em alguns casos, de conquista da liberdade . As baianas do acarajé, como ficaram conhecidas, mantiveram a tradição, transmitindo seus saberes de geração em geração, e se tornaram um ícone da cultura baiana .
Curiosidades e Tradições do Acarajé
O acarajé é muito mais do que um simples bolinho frito. Ele é um símbolo de fé, de resistência e de identidade cultural . O preparo do acarajé é um ritual que envolve cantos, rezas e a utilização de ingredientes específicos, como o azeite de dendê, que possui um significado sagrado .
A forma como o acarajé é servido também possui seus códigos. A pergunta ‘quente ou frio?’ não se refere à temperatura do bolinho, mas sim à quantidade de pimenta . O acarajé ‘quente’ é aquele com bastante pimenta, enquanto o ‘frio’ é mais suave . Os acompanhamentos, como vatapá, caruru e camarão seco, complementam o sabor e a experiência de degustar essa iguaria .
Em 2005, o Ofício das Baianas de Acarajé foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo IPHAN, um reconhecimento da importância dessa tradição para a cultura brasileira . As baianas do acarajé, com seus trajes típicos, seus tabuleiros coloridos e seus cantos, são um símbolo da Bahia e do Brasil .
Dicas Adicionais de Expert
- Para um acarajé perfeito, utilize feijão-fradinho de boa qualidade e deixe-o de molho por pelo menos 12 horas para facilitar a remoção da casca.
- Na hora de fritar, utilize azeite de dendê abundante e mantenha a temperatura constante para que o acarajé fique crocante por fora e macio por dentro.
- Varie os acompanhamentos de acordo com o seu gosto, experimentando diferentes combinações de vatapá, caruru, camarão seco e vinagrete.
- Se você não encontrar azeite de dendê, pode substituí-lo por azeite de oliva, mas o sabor não será o mesmo.