1 hora e 30 minutos
6 porções
Fácil
380 kcal
Ingredientes
- 4 batatas médias (cerca de 500g)
- 3 cenouras médias (cerca de 300g)
- 3 ovos grandes
- 200g de ervilhas frescas ou em conserva (escorridas)
- 200g de presunto cozido ou mortadela (salsichão), picado em cubos pequenos
- 3-4 picles de pepino (cornichons), picados em cubos pequenos
- 1/2 cebola roxa pequena (opcional), picada finamente
- 1 xícara (240g) de maionese de boa qualidade
- 1 colher de sopa de mostarda Dijon
- 1 colher de sopa de suco de limão (opcional)
- Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto
- Salsinha fresca picada para decorar
Modo de Preparo
- Cozinhe as batatas e as cenouras: Lave bem as batatas e cenouras e cozinhe-as com a casca em água salgada. Cozinhe as cenouras primeiro por cerca de 10 minutos, depois adicione as batatas e cozinhe por mais 15-20 minutos, ou até que fiquem macias, mas ainda firmes. Escorra e deixe esfriar completamente antes de descascar.
- Cozinhe os ovos: Cozinhe os ovos por 8-10 minutos para que fiquem duros. Resfrie-os em água gelada, descasque e pique em cubos pequenos.
- Prepare os ingredientes: Descasque as batatas e cenouras frias e corte-as em cubos pequenos (do tamanho das ervilhas). Pique o presunto (ou mortadela) e os picles no mesmo tamanho dos vegetais.
- Misture a salada: Em uma tigela grande, adicione as batatas, cenouras, ovos, presunto, picles e ervilhas (e a cebola roxa, se estiver usando).
- Prepare o molho: Em uma tigela separada, misture a maionese, a mostarda Dijon e o suco de limão (se usar). Tempere com sal e pimenta-do-reino.
- Combine e refrigere: Despeje o molho sobre os ingredientes picados e misture delicadamente com uma espátula até que todos os componentes estejam uniformemente cobertos. Cubra a tigela e leve à geladeira por pelo menos 1 hora para que os sabores se integrem.
- Sirva: Decore com salsinha fresca picada antes de servir. A Salada Olivier é tradicionalmente servida fria.
Dicas do Chef
- Cozinhe os vegetais com a casca: Isso ajuda a manter a textura firme da batata e da cenoura, evitando que desmanchem ao serem cortadas e misturadas.
- Corte os ingredientes uniformemente: Para uma apresentação mais bonita e uma experiência de sabor equilibrada, tente cortar todos os ingredientes em cubos do mesmo tamanho, idealmente do tamanho das ervilhas.
- Deixe descansar: A Salada Olivier fica mais saborosa no dia seguinte, pois os sabores se aprofundam durante o descanso na geladeira.
- Variações de proteína: A receita moderna aceita variações. Você pode substituir o presunto por frango cozido e desfiado, carne de caranguejo ou até mesmo atum enlatado.
A História Fascinante da Salada Olivier: De Prato de Luxo Imperial a Ícone Soviético
A Salada Olivier, conhecida em muitos lugares do mundo simplesmente como “Salada Russa”, tem uma história que reflete a própria trajetória da Rússia, passando de um prato de alta gastronomia para um símbolo de resiliência e celebração popular. A versão que hoje conhecemos, cremosa e reconfortante, é uma simplificação de uma criação culinária do século XIX, que era um segredo guardado a sete chaves.
Lucien Olivier e o Restaurante Hermitage
A história começa em Moscou, por volta da década de 1860, com o chef franco-belga Lucien Olivier. Ele era o proprietário e chef do Hermitage, um dos restaurantes mais prestigiados da capital russa. Em uma época de grande influência francesa na culinária russa, Olivier criou um prato que se tornaria a sua assinatura, a “Maionese de Volatórios” (Maionese de Aves). O prato original de Olivier era uma obra de arte gastronômica, muito diferente da salada que conhecemos hoje. Ele era composto por ingredientes de luxo, como filés de perdiz e codorna, língua de vitela, caviar, lagostins e alcaparras, todos dispostos artisticamente no prato. O molho que unia esses ingredientes era uma maionese especial, feita com azeite provençal, vinagre francês e mostarda Dijon, cuja receita exata era um segredo pessoal de Olivier.
A lenda conta que, inicialmente, Olivier servia os ingredientes separadamente, em um arranjo decorativo. No centro, havia uma pirâmide de batatas cozidas. No entanto, ele ficou horrorizado ao ver seus clientes russos misturando todos os ingredientes no prato. Em resposta, ele começou a servir o prato já misturado, e a “Maionese de Volatórios” se transformou na “Salada Olivier”, uma salada no formato que conhecemos hoje.
A Transformação Soviética: Do Luxo à Necessidade
Após a morte de Lucien Olivier em 1883, a receita original foi perdida. Seu assistente, Ivan Ivanov, tentou recriar o molho secreto e a salada, mas os gourmets da época notaram que o sabor não era o mesmo. A receita de Ivanov, chamada “Salada Stolichny” (Salada da Capital), foi vendida a editoras, popularizando uma versão semelhante, mas simplificada, do prato.
A verdadeira transformação, no entanto, ocorreu após a Revolução Russa de 1917. Com a escassez de alimentos e a impossibilidade de importar ingredientes caros, a receita original de luxo foi abandonada. A Salada Olivier evoluiu para uma versão mais acessível e democrática, adaptando-se às realidades da União Soviética. Os ingredientes caros foram substituídos por produtos mais fáceis de encontrar e mais baratos, como batatas, cenouras, ervilhas enlatadas, picles e, notavelmente, salsichão (Doktorskaja kolbasa), uma mortadela cozida que se tornou um substituto popular para a carne de caça.
A Salada Olivier como Símbolo de Ano Novo
É essa versão simplificada, a “Salada Olivier” soviética, que se tornou um elemento central nas celebrações de Ano Novo (Novy God) na Rússia e em outros países do antigo bloco soviético. A tradição de preparar a salada no Ano Novo remonta aos tempos em que os ingredientes, mesmo os mais simples, eram difíceis de encontrar e só podiam ser comprados em grandes quantidades para ocasiões especiais. A Salada Olivier, juntamente com a champanhe soviética e o mandarim (tangerina), tornou-se um símbolo de prosperidade e fartura para a virada do ano.
Hoje, mesmo com a disponibilidade de ingredientes de luxo, a versão simples e tradicional continua sendo a favorita. A Salada Olivier é mais do que comida; é nostalgia, tradição e o sabor do feriado de inverno. É um prato que une famílias e evoca memórias de celebrações passadas.
Dicas de Chef para uma Salada Olivier Perfeita
- A Importância do Corte: A chave para a Salada Olivier moderna é a uniformidade. Tente cortar todos os ingredientes (batatas, cenouras, picles, presunto) em cubos do mesmo tamanho, aproximadamente do tamanho das ervilhas. Isso garante que cada garfada tenha uma mistura equilibrada de sabores e texturas.
- O Molho: Embora a maionese industrial seja a base mais comum, você pode elevar o sabor com um molho caseiro ou aprimorando a maionese pronta com um toque de mostarda Dijon e suco de limão. O limão adiciona acidez, que corta a gordura da maionese e equilibra o sabor doce da cenoura e da batata.
- Variações Regionais: A Salada Olivier possui inúmeras variações regionais. Na Espanha, a “Ensaladilla Rusa” frequentemente inclui atum e pimentão. Na Argentina, pode levar frango ou atum. Experimente diferentes proteínas, como frango desfiado, carne de caranguejo ou até mesmo camarão, para encontrar a sua versão favorita.
- O Toque Final: Para uma apresentação mais autêntica, decore a salada com um pouco de salsinha fresca picada, azeitonas ou fatias de ovo cozido. Para o verdadeiro toque russo, sirva-a em uma travessa de cristal ou vidro, onde as cores dos ingredientes se destacam.









