Chocotone Caseiro: Receita Fofinha e Trufada para o Natal

Chocotone Caseiro: Receita Fofinha e Trufada para o Natal
Tempo de Preparo

3 horas

Rendimento

2 porções

Dificuldade

Médio

Calorias

450 kcal

O chocotone é uma variação brasileira do tradicional panetone italiano, que conquistou o coração de quem prefere o sabor intenso do chocolate às frutas cristalizadas. Fazer chocotone em casa pode parecer desafiador, mas com a técnica correta, o resultado é uma massa fofinha, úmida e cheia de gotas de chocolate que desmancham na boca. Esta receita detalhada, que inclui a etapa da esponja para garantir a fermentação perfeita, resulta em um pão doce natalino de textura incomparável, ideal para presentear ou para ser a estrela da sua ceia.

Ingredientes

  • Para a Esponja:
  • 100 ml de leite morno
  • 10 g de fermento biológico seco (ou 30g de fermento fresco)
  • 1/2 xícara de farinha de trigo (cerca de 60g)
  • 1 colher de sopa de açúcar
  • Para a Massa:
  • 500 g de farinha de trigo (aproximadamente)
  • 100 g de açúcar
  • 1 pitada de sal
  • 3 gemas de ovo
  • 1 colher de sopa de essência de panetone (ou baunilha)
  • 100 ml de leite (temperatura ambiente)
  • 50 g de manteiga sem sal amolecida
  • 200 g de gotas de chocolate forneável
  • Para a Trufa de Chocolate:
  • 200 g de chocolate meio amargo
  • 1 caixa de creme de leite (200g)
  • 1 colher de sopa de conhaque (opcional)

Modo de Preparo

  1. Preparo da Esponja: Em uma tigela pequena, misture o leite morno, o fermento biológico seco, a farinha de trigo e o açúcar. Cubra com um pano e deixe descansar em local aquecido por 15 a 20 minutos, ou até que a mistura dobre de volume e crie bolhas.
  2. Preparo da Massa: Em uma tigela grande, adicione a esponja fermentada. Acrescente as gemas, o açúcar, o sal, a essência de panetone e o leite. Misture bem com uma colher ou batedeira planetária.
  3. Adição da Farinha e Amassamento: Adicione a farinha de trigo aos poucos, misturando até formar uma massa pegajosa. Transfira a massa para uma superfície enfarinhada e sove por cerca de 10 minutos. A massa deve ficar elástica e macia.
  4. Incorporação da Manteiga: Adicione a manteiga amolecida à massa e sove novamente até que ela absorva toda a gordura. O processo pode levar mais 10 a 15 minutos. A massa deve ficar lisa e homogênea.
  5. Primeira Fermentação: Coloque a massa em uma tigela grande untada com óleo, cubra com filme plástico ou um pano e deixe descansar em local aquecido por cerca de 1 hora e 30 minutos, ou até dobrar de volume.
  6. Adição do Chocolate: Abra a massa sobre a bancada e espalhe as gotas de chocolate forneável. Sove delicadamente para incorporar o chocolate de forma homogênea, sem quebrar as gotas. Divida a massa em duas partes (cerca de 500g cada).
  7. Segunda Fermentação: Coloque cada porção de massa em uma forma de panetone de papel de 500g. Cubra e deixe crescer novamente por mais 1 hora ou até que a massa atinja a borda da forma.
  8. Assamento: Leve ao forno pré-aquecido a 180°C por cerca de 35 a 45 minutos. O chocotone estará pronto quando estiver dourado por cima e, ao espetar um palito, ele sair limpo.
  9. Esfriamento: Retire do forno e, imediatamente, espete palitos de churrasco na base de cada chocotone e pendure-os de cabeça para baixo para esfriar. Isso impede que a massa murche e garante a maciez.
  10. Preparo da Trufa (Opcional): Derreta o chocolate meio amargo no micro-ondas ou em banho-maria. Adicione o creme de leite e o conhaque (se usar) e misture bem até obter uma ganache homogênea. Deixe esfriar e use para rechear ou cobrir o chocotone.

Dicas do Chef

  • A essência de panetone é crucial para o aroma característico, mas se não encontrar, use essência de baunilha e raspas de laranja para um toque cítrico.
  • O tempo de fermentação pode variar dependendo da temperatura ambiente. Em dias frios, o processo pode levar mais tempo. Para acelerar, ligue o forno por alguns minutos e desligue, e coloque a massa lá dentro.
  • Para um chocotone trufado, use um bico de confeiteiro para injetar a ganache fria na massa já assada e fria. Se quiser rechear antes de assar, a trufa deve ser mais firme.

A História do Chocotone: A Evolução do Pão Doce Italiano no Brasil

O Chocotone é um símbolo natalino que se tornou tão popular no Brasil que, para muitos, já superou o Panetone tradicional. Mas, para entender a história dessa delícia recheada de chocolate, é preciso voltar no tempo e conhecer a origem do seu antecessor, o Panetone, que nasceu na Itália medieval.

A Lenda Milanesa do Panetone

A história do Panetone é envolta em lendas e mistérios. A mais popular delas, e a mais romântica, remonta ao século XV, na cidade de Milão. Conta-se que um jovem padeiro aprendiz chamado Toni, que trabalhava na padaria de um duque, estava exausto na véspera de Natal. Por engano, ele teria misturado as frutas cristalizadas destinadas a uma torta sofisticada na massa de pão que estava preparando. Para tentar salvar o que parecia ser um desastre, ele improvisou adicionando mais manteiga, ovos e açúcar à massa. O resultado foi um pão doce alto, macio e incrivelmente aromático.

O duque, ao provar a nova criação, ficou maravilhado. Ao perguntar quem havia preparado a iguaria, a resposta foi: “É o pão do Toni!” (em italiano, “Pane di Toni”). A receita se popularizou rapidamente e se tornou um símbolo do Natal em Milão, evoluindo para o que hoje conhecemos como Panettone.

A Adaptação Brasileira e o Nascimento do Chocotone

O Panetone chegou ao Brasil no início do século XX, trazido pelos imigrantes italianos que se estabeleceram principalmente em São Paulo. A tradição se enraizou e, com o tempo, o Brasil se tornou um dos maiores consumidores de panetone do mundo. No entanto, o paladar brasileiro, conhecido por sua criatividade e paixão por doces intensos, começou a questionar a presença das frutas cristalizadas. Muitos brasileiros, especialmente os mais jovens, não apreciavam a textura ou o sabor das frutas secas.

Foi nesse contexto de adaptação cultural que surgiu o Chocotone. A criação é atribuída à empresa brasileira Bauducco, que, na década de 1970 (ou 1990, dependendo da fonte), inovou ao substituir as frutas cristalizadas por gotas de chocolate. A ideia foi um sucesso imediato. O Chocotone se tornou um fenômeno de vendas, rivalizando com a versão original e conquistando um público que buscava uma sobremesa natalina mais indulgente.

Curiosidades e Variações do Chocotone

  • A Marca Registrada: A palavra “Chocottone” (com dois ‘t’) é uma marca registrada da Bauducco. Por isso, outras empresas utilizam termos genéricos como “panetone com gotas de chocolate” ou “panetone de chocolate” para comercializar suas versões.
  • O Fenômeno Trufado: A popularidade do Chocotone deu origem a uma infinidade de variações gourmet. A versão trufada, com recheios cremosos de brigadeiro, doce de leite ou creme de avelã, se tornou um hit nas confeitarias artesanais e nas mesas de Natal.
  • A Massa Fofinha: A principal característica de um bom chocotone é a massa leve e aerada, resultado de um processo de fermentação lento e cuidadoso. O segredo para a maciez está na alta concentração de gordura (manteiga) e ovos na receita, que tornam a massa mais rica e úmida.

Dicas de Expert para um Chocotone Perfeito

Se você se aventurar a fazer um chocotone caseiro, aqui estão algumas dicas de chef para garantir o sucesso:

  • A Fermentação Lenta: Não apresse o processo de fermentação. A paciência é a chave para a textura fofinha. Deixar a massa descansar em um local quente e abafado (como dentro do forno desligado) ajuda a acelerar o crescimento.
  • O Ponto da Massa: A massa do chocotone é mais pegajosa que a de um pão comum devido à quantidade de manteiga e ovos. Não adicione farinha em excesso para tentar secá-la, pois isso deixará o chocotone pesado e seco. Unte as mãos com óleo ou manteiga para facilitar o manuseio.
  • O Segredo do Esfriamento: Para evitar que o chocotone murche ao sair do forno, espete palitos de churrasco na base e pendure-o de cabeça para baixo enquanto esfria. Isso distribui o calor uniformemente e mantém a massa aerada.
  • Gotas Forneáveis: Use gotas de chocolate forneável. Elas são resistentes ao calor e não derretem completamente durante o cozimento, mantendo a forma e a textura no chocotone.

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